segunda-feira, 9 de junho de 2014
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Sobre o tempo e sobre a vida
"Contei meus anos e descobri que terei menos
tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma
bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas
percebendo que faltam
Poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com
mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam
egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas
intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem
parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres
de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que
brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os
rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater
rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao
lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se
encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de
verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o
essencial!"
Mário
de Andrade
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Resposta
“...Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante...”
Resposta -
Skank
Compositor:
Samuel Rosa / Nando Reis
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Amém, Assim seja!
"Abençoadas sejam as
surpresas risonhas do caminho. As belezas que se mostram sem fazer suspense. As
afeições compartilhadas sem esforço. As vezes em que a vida nos tira pra dançar
sem nos dar tempo de recusar o convite. As maravilhas todas da natureza, sempre
surpreendentes, à espera da nossa entrega apreciativa. A compreensão que
floresce, clara e mansa, quando os olhos que veem são da bondade. Abençoados
sejam os presentes fáceis de serem abertos. Os encantos que desnudam o erotismo
da alma. Os momentos felizes que passam longe das catracas da expectativa. Os
improvisos bons que desmancham o penteado arrumadinho dos roteiros da gente. Os
diálogos que acontecem no idioma pátrio do coração. Abençoada seja a leveza,
meu Deus. Abençoadas sejam as dádivas generosas que vêm nos lembrar que viver
pode ser mais fácil. Que amar e ser amado pode ser mais fluido. Que dá pra
girar o dial. Que dá pra sair da frequência da escassez e sintonizar a estação
da disponibilidade, onde alegrias já cantam, mas a gente não ouve. Abençoadas
sejam as dádivas que vêm nos lembrar, com alívio, que há lugares de descanso
para os nossos cansaços. Que há lugares de afrouxamento para os nossos apertos.
Que dá pra mudar o foco. Que não é tão complicado assim saborear a graça
possível que mora em cada instante. Abençoadas sejam as dádivas generosas que
nos surpreendem. Elas não sabem o quanto às vezes, tantas vezes, nos salvam de
nós mesmos."
Ana Jácomo
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