As cartas de amor deveriam ser
fechadas com a língua.
Beijadas antes de ser enviadas.
Sopradas, respiradas.
O esforço do pulmão capturado pelo
envelope, a letra
tremendo como uma pálpebra.
Não a coisa isenta, neutra, mas a
espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva acalma o machucado.
As cartas de amor deveriam ser
abertas
com os dentes.
Carpinejar
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