segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Encontros e reencontros



Acho a palavra encontro de uma beleza delicada. Ela exala calor humano, tem um suave cheiro de dama da noite. No encontro sentimos gosto de início, de novo, de timidez doce. Um prenúncio de intimidade gostosa, de carinho sem fim. É um admirar pela janela da alma cada detalhe, sem perder um piscar de olhos, um sorriso de canto, uma ternura enroscada numa covinha da bochecha. É puxar o fio certo para ir direto ao coração e de lá não sair nunca mais.
Já a palavra reencontro tem um gostinho de saudade saciada, de ternura relembrada.

No reencontro braços e coração se abrem no mesmo compasso para poder acolher quem tanto queremos bem. É abraçar a fotografia olhada tantas vezes com uma saudade imensa e intensa. É sentir o calor do perfume registrado e jamais esquecido, o da pele e o da alma.

Ando em meio a encontros esbarrando nas calçadas da vida em doces reencontros, é assim que me agrada caminhar, é assim que me encontro em tanto reencontrar.

Meire Oliveira

terça-feira, 18 de setembro de 2012

As cartas



As cartas de amor deveriam ser fechadas com a língua.
Beijadas antes de ser enviadas.
Sopradas, respiradas.
O esforço do pulmão capturado pelo envelope, a letra
tremendo como uma pálpebra.
Não a coisa isenta, neutra, mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva acalma o machucado.
As cartas de amor deveriam ser abertas
com os dentes.

Carpinejar

Escolhas


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dois inteiros



As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.

Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.

As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Mario Quintana

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Os jardins voltam a florescer




"Parece milagre, mas as sementes de cura começam a florescer nos mesmos jardins onde parecia que nenhuma outra flor brotaria.
A alma é sábia: enquanto achamos que só existe dor, ela trabalha, em silêncio, para tecer o momento novo.
E ele chega."

Ana Jácomo

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Coração tranquilo



“Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração.
Dê aos outros a liberdade de pensar, tanto quanto você é livre para pensar como deseja.
Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente.
Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estuda-la.
Melindres arrasam as melhores plantações de amizades.
Quem reclama, agrava as dificuldades.
Não cultive ressentimentos.
Melindrar-se, é um modo de perder as melhores situações.
Não se aborreça, coopere.
Quem vive de se ferir, acaba na condição de espinheiro”.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Estrelas, estrelas, estrelas...



Eu posso sentir isso de novo. Que bom. Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje? As pazes com o Bob Marley, com o Bob Dylan e até com o ovomaltine do Bob’s. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só uma menina que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo. Estrela, estrela, estrela. Zilhões de vezes.

Tati Bernardi

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sensibilidade



"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Essa saudade, de fazer a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe.
Essa possibilidade de experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que experimenta a alegria.
Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza.
Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente."

Ana Jácomo