segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Agora e nunca mais



Estou te amando. Agora. Enquanto você me olha como há meses não olhava. Estou te amando ferozmente e com todas as minhas forças. Por esse tempo em que nossas pernas se encostam sob a mesa, eu te amo. E sou tua.

Enquanto nossos olhares se cruzam entre um lance e outro do jogo. Enquanto você nunca deixa meu copo de whisky ficar vazio. Enquanto você dá um jeito de tocar meu cabelo e meu rosto num quase sem querer, nossa, como eu te amo!

Te amo nessa noite. Por esse acaso de nos encontrarmos justo aqui. Por isso de você estar sozinho e eu também e decidirmos nos fazer companhias e torturas. Te amo porque seu perfume ainda é o mesmo e porque você me abraçou do mesmo jeito.

Amo loucamente cada gesto, cada palavra, as confissões tão cúmplices, o saber-se igual. Amo a necessidade que sinto de fixar meus olhos nos teus e o prazer de te ver rindo pra mim. Amo tudo. E tanto…

Amo agora como há muito não amava ninguém. Porque você tem isso de despertar em mim esses de repentes todos. Porque foi de repente que começamos e terminamos. Porque é de repente que eu às vezes morro de saudade.

Eu te faria juras de amor eterno. Mas não. Eu te amo agora. Mas nesse agora, eu te amo eternamente. E eu sei que você acredita, porque também é assim com você e porque vai ser sempre.

Enquanto o acaso me fizer esbarrar em você nesses contextos só nossos, eu vou ser tua e muito tua e só tua. Nessas noites longas que amanhecem e, olha só, a gente nem percebeu. Nessa coisa que pega e que eu não explico, mas que a gente entende.

E dá vontade de esticar esses hojes por amanhãs e depois e depois. Mas apesar do whisky nos fazer quase acreditar que seria possível, no fundo sabemos que é inviável. A vida andou. Pra você e pra mim. E nos levou pra lados opostos. Rumos diferentes. Somos hoje reféns dessas suspresas.

Bela surpresa. Depois da quinta saideira, não podemos mais adiar o fim.  Você me acompanha até o carro e me abraça e me beija e se demora. E a gente se enrola nesses carinhos porque é inevitável. E  já em casa eu adio o dormir pra guardar teu gosto. Evitando o amanhã. Porque nosso dia seguinte é sempre um nunca mais.

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